As previsões falharam
Ao logo da história, são inúmeras as previsões que não se concretizaram. Você deve lembrar do que se falou sobre o bug do milênio. O pânico que se instalou em torno do que aconteceria com os computadores, com os sistemas, a bolsa de valores, o controle de tráfego aéreo… Nada se concretizou. As previsões do caos se mostraram frustradas.
Entramos no século XXI sem transtornos, com tudo funcionando como sempre funcionou.
As previsões erradas, na história moderna, sempre existiram: o cinema acabaria com o rádio, a televisão acabaria com o cinema, a TV a Cabo acabaria com a TV aberta e mais uma série de outras. É verdade que a sociedade termina mudando determinados comportamentos. Na era da música por streaming, o CD agoniza, mas são incontáveis os artistas de grande popularidade que ainda não abrem mão de ter os DVDs dos seus shows distribuídos no mercado.
Uma das previsões que se mostrou mais equivocadas foi a de que o livro digital substituiria o livro físico, o livro de papel. Primeiro, pelo custo, já que o livro digital é muito mais barato; segundo, pela facilidade de armazenamento. Numa viagem de férias, você poderia levar uma quantidade imensa de livros sem ocupar espaço algum, o que seria impensável com o livro físico; terceiro, pela própria evolução da sociedade, já que esta se torna cada vez mais tecnológica. Pois essa previsão também caiu por água abaixo. De acordo com dados recentes, veiculados na Revista Veja (edição 2553, pág 64), de 2014 para 2016, as vendas de e-books caíram mais de 30% nos Estados Unidos e representam apenas 20% do faturamento total da venda de livros. No Brasil, a participação das edições digitais é ainda menor, girando em torno de 1%. No mercado americano, as vendas de livros em papel acumulam quatro anos seguidos de alta.
A previsão do fim do impresso está longe, muito longe, de se tornar realidade. O mercado gráfico, como todos os outros, tem encontrado estratégias para se manter forte, mesmo com toda concorrência digital. É possível que, ao terminar de ler este artigo, você tenha vontade de ir a uma livraria ou, quem sabe, folhear aquele livro que você não tira da cabeceira. Boa leitura!